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quinta-feira, 25 de maio de 2017

[política] MP denuncia deputado Ricardo Motta por desvios de recursos na Assembleia Legislativa do RN

O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra o ex-presidente da Assembleia Legislativa do RN deputado Ricardo Motta (PSB). Ele é acusado de chefiar, entre 2011 e 2015, a organização criminosa que desviou recursos públicos do parlamento estadual mediante a inserção fraudulenta de “servidores fantasmas” na folha de pagamento do órgão legislativo. A ação penal foi encaminhada ao relator o desembargador Glauber Rêgo.

Esta foi a segunda denúncia oferecida pelo MP contra o deputado Ricardo Motta (PSB) em dois dias. Nesta terça (23), o deputado foi denunciado por desvios de R$ 19 milhões no Idema.

O advogado Thiago Cortês, que defende o deputado, afirmou que a defesa técnica "só vai se pronunciar após ter acesso não só à denúncia mas também às provas e de antemão nega qualquer fato que possa incriminar o deputado Ricardo Motta".

A denúncia foi feita após investigações da operação Dama de Espadas - deflagrada em agosto de 2015. De acordo com a peça inicial acusatória, o deputado Ricardo Motta já era beneficiário do esquema de desvio de recursos públicos referido entre 2006 e 2011, mas foi a partir desse último ano, quando se torna presidente da Casa Legislativa, que ele passa à condição de chefe do esquema e começa a comandar os demais integrantes e executores das fraudes que beneficiaram a si e a terceiros.

A denúncia agora oferecida pelo procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis, se refere especificamente à conduta de chefe da organização criminosa que desviou recursos da Assembleia Legislativa entre 2011 e 2015, bem como à conduta de ter desviado recursos públicos do Poder Legislativo em benefício de Rita das Mercês Reinaldo - ex-procuradora-geral da Assembleia Legislativa e integrante do esquema criminoso - no valor atualizado de R$ 1.108.704,85 tendo por referência apenas o exercício de 2011.

Conforme consta na peça encaminhada ao Poder Judiciário, o grupo criminoso era chefiado pelo deputado Ricardo Motta durante o exercício de sua presidência e integrado por Rita das Mercês Reinaldo, Marlúcia Maciel Ramos de Oliveira, Rodrigo Marinho Nogueira Fernandes, Luiza de Marillac, Paulo de Tarso Fernandes, Oswaldo Ananias Pereira Júnior e Ana Paula de Macedo Moura.

Ainda de acordo com a denúncia, o grupo agia mediante a inserção de servidores “fantasmas” na folha de pagamento da Assembleia Legislativa, pelo saque em dinheiro dos valores correspondentes aos pagamentos, via cheque salário, desses “fantasmas”, tudo com a facilitação da agência bancária instalada na sede do Poder Legislativo, e posterior apropriação do dinheiro subtraído pelos respectivos beneficiários, estando as condutas de cada um dos integrantes da organização criminosa minuciosamente descrita e comprovada.

Segundo o MP, os fatos que fundamentaram a denúncia ora oferecida são os mesmos narrados na 1ª denúncia da operação Dama de Espadas pela Promotoria de Justiça do Patrimônio Público da capital, oferecida em 18 de abril passado à 8ª Vara Criminal da comarca de Natal, sendo que nesta nova ação penal o procurador-geral de Justiça imputa ao deputado Ricardo Motta a chefia da organização criminosa e a responsabilidade pelos recursos desviados em favor de Rita das Mercês e seus familiares no ano de 2011, o primeiro ano da Presidência da Casa Legislativa pelo referido parlamentar.

As provas reunidas para fundamentar a denúncia contra o deputado Ricardo Motta incluem, dentre outros elementos, as evidências coletadas com as colaborações premiadas de Richardson Macedo Bernardo e Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra, firmadas com o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal.

O procurador-geral de Justiça Rinaldo Reis requer a condenação do deputado Ricardo Motta pelos crimes de integrar organização criminosa e peculato.

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