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terça-feira, 22 de maio de 2018

[política] Após reeleição de Maduro, EUA impõem novas sanções econômicas à Venezuela

Vitória de Maduro na Venezuela é alvo de críticas da comunidade internacional

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump assinou, nesta segunda-feira (21), uma ordem executiva banindo o envolvimento de cidadãos norte-americanos em negociações de títulos da dívida da Venezuela e de outros ativos.

"Pedimos ao regime de Maduro para restaurar a democracia, realizar eleições livres e justas, libertar todos os presos políticos imediata e incondicionalmente, e acabar com a repressão e privação econômica do povo venezuelano", disse Trump em comunicado.

Um membro sênior da administração da Casa Branca detalhou as sanções à imprensa. "A ordem executiva de hoje fecha mais uma avenida de corrupção que observando que está sendo usada: ela impede que oficiais venezuelanos corruptos possam valorizar indevidamente e vender bens públicos em troca de propinas", disse a autoridade da Casa Branca aos repórteres.

A medida vale para bens relacionados ao petróleo e a outras áreas do governo da Venezuela.

Na tarde desta segunda, o governo venezuelano reagiu às sanções. De acordo com a Reuters, Jorge Arreaza, ministro de Relações Exteriores, afirmou em um comunicado no palácio presidencial de Miraflores que "[as sanções] são uma loucura, bárbaras, em contradição absoluta com a lei internacional".

O anúncio das sanções foi feito depois que o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, anunciou em seu perfil no Twitter que o país não ficaria "de braços cruzados". Na publicação, ele classificou as eleições venezuelanas como "uma farsa".

Eleições criticadas pela comunidade internacional

Neste domingo (20), Nicolás Maduro foi reeleito com 5,8 milhões de votos, em um processo eleitoral que não foi reconhecido pelos Estados Unidos e tem sido duramente criticado por diversos países, inclusive o Brasil.

O presidente foi reeleito com 67,7% dos votos aos 92,6% das urnas apuradas. O chavista obteve mais de 5,8 milhões de votos. A participação foi uma das mais baixas da história venezuelana: 46% do eleitorado e um total de 8,6 milhões de votos.

Os outros candidatos, Henri Falcón, que obteve 21% dos votos, e Javier Bertucci, com 11%, denunciaram irregularidades, disseram que não reconheciam o resultado e pediram novas eleições.

Pressão norte-americana

Os Estados Unidos, que desde março 2015 veem a Venezuela como uma "ameaça à segurança nacional", já aplicaram uma série de medidas contra dezenas de funcionários e ex-funcionários venezuelanos, inclusive Maduro e outras autoridades, acusando-os de corrupção e tráfico de drogas.

Na sexta-feira (18), ampliando a pressão que começou em agosto passado, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos já havia sancionado o poderoso líder venezuelano Diosdado Cabello, vice-presidente do Partido Socialista Unido (PSUV) e um dos políticos mais influentes do país, assim como sua esposa Marleny Contreras e o empresário Rafael Alfredo Sarria, segundo informou a agência France Presse (AFP).

Com a sanção a Cabello, não há quase nenhum importante líder venezuelano fora da mira do governo Trump.

De acordo com o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, na sigla em inglês) do Tesouro, no início de maio a lista de sanções a venezuelanos chegou a 62 pessoas e 15 entidades.

Washington, que compra um terço do petróleo venezuelano, proibiu entidades americanas de negociarem dívidas públicas do país ou de sua petroleira estatal PDVSA e de comercializar com petro, a criptomoeda lançada por Caracas.

A Venezuela, o país com as maiores reservas de petróleo do mundo, está atolada na pior crise econômica de sua história.

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